Aluno perde vaga na USP, a instituição de ensino superior recusou a declaração de cor/raça na qual ele se declarou como sendo de cor parda. Originário de Cerqueira César, no interior paulista, Alison conquistou uma vaga no curso de medicina da USP, destinada a candidatos pretos, pardos e indígenas (PPI), após sua participação e aprovação no Provão Paulista, o exame vestibular conjunto das universidades públicas de São Paulo.
Logo após ser convocado na primeira lista, ele enviou à universidade os documentos solicitados para demonstrar sua elegibilidade para o sistema de cotas. Tais documentos são exigidos dos candidatos que se autodeclaram negros, pretos, pardos ou indígenas. O rapaz se identifica como pardo, sendo que sua mãe é negra e seu pai, branco.
Poucos dias mais tarde, o aluno foi notificado por e-mail de que sua autodeclaração não havia sido validada pela comissão, que o convocou para um encontro online visando uma reavaliação. A conferência por vídeo ficou marcada para o dia 8 de fevereiro.
Na tarde do dia seguinte, Alison foi notificado por e-mail de que sua candidatura para as vagas reservadas a PPI não fora aprovada, porém, ele dispunha de 48 horas para apresentar um recurso, procedimento este que foi realizado pelo jovem.
Uma semana mais tarde, Alison relata que foi congratulado por e-mails da secretaria de graduação da USP, confirmando sua aprovação. Esses e-mails incluíam instruções para o primeiro dia de aula, realizado na segunda-feira (26).
Ele se juntou às atividades de boas-vindas aos novos estudantes. Porém, durante o intervalo do almoço, a universidade o notificou de sua reprovação nos requisitos estabelecidos pela política de cotas PPI e o aluno perde vaga na USP.